28/09/2013
Como
Estabelecer e Realizar os Objetivos Desejados
Sabe-se
que aquelas pessoas que têm os seus objetivos claramente definidos são as que
têm mais sucesso naquilo que elas fazem.
Uma
antiga lenda fala da Esfinge que ficava à beira da estrada. Cada viajante que
passava tinha que parar e lhe era pedido para decifrar um enigma. Se este não
fosse capaz de responder certo, seria devorado.
Do
mesmo modo, cada um de nós é um viajante, deparando diariamente com problemas.
São os enigmas da Esfinge, e sofremos quando deixamos de dar a resposta certa.
O
viajante bem-sucedido foi sempre aquele que compreendeu a pergunta que lhe foi
feita. O viajante infeliz muitas vezes encontra o seu fim, não porque o enigma
lhe exceda a capacidade, mas porque não chega sequer a ouvir a pergunta. Ao
deparar com a Esfinge, a sua mente é dominada pelo medo e ele se acha então
incapaz de até começar a pensar.
Muitas
pessoas têm sido derrotadas por seus problemas porque nunca souberam do que se
tratava, e muito menos da situação onde se encontravam.
Isso
sugere a primeira pergunta que se deve fazer toda vez que surge um problema:
"Onde estou?"
ONDE
ESTOU?
Depois
de ter comido o fruto proibido e com isto franqueado ao homem o mundo dos
problemas, Adão escondeu-se amedrontado. Segundo o Gênese, Deus chamou-o
dizendo: "Adão, onde estás?" Os estudiosos têm considerado o porquê
de Deus, que tudo sabe, ter que perguntar. A resposta por eles apresentada é
que Deus sabia onde Adão estava, mas queria que ele próprio o soubesse também.
A
pergunta: "Onde estou?" deve ser feita com muito cuidado. Esta
pergunta simboliza uma avaliação calma e de todos os pontos de vista possíveis
da situação, o mais isento possível de rótulos ou de julgamentos. Em outras
palavras, significa fazer o uso de toda a sua acuidade sensorial para obter as
informações sensoriais precisas e completas necessárias.
Para
definir o problema de modo eficiente, será útil ter em mente o significado da
palavra PROBLEMA. O professor Karl Duncker, que tem realizado consideráveis
pesquisas sobre a psicologia da solução dos problemas, apresenta a sua
conclusão com as seguintes palavras: "O problema surge quando o ser vivo
possui um objetivo, mas não sabe como consegui-lo."
Baseado
na definição de Duncker, o problema é a distância entre o lugar onde nos
encontramos (Estado Atual) a aquele onde desejamos estar (Estado Desejado),
quando não existe aparentemente nenhum meio de transporte à vista. Quase sempre
o elemento que falta é o segundo, o Estado Desejado.
Estado
atual e Estado desejado
Muitas
pessoas reclamam que têm objetivos na vida, mas nunca conseguiram realizá-los.
Isto porque os objetivos que querem são inespecíficos e muito generalizados, do
tipo "eu quero ser rico", "quero ser feliz", "quero
ficar em paz", etc.; ou são formulados em negativo como "não quero
mais sofrer", "nunca mais quero me sentir assim", "não vou
acabar desse jeito", etc.. Ou os seus objetivos dependem da iniciativa e
controle dos outros, como "só vou ter tranqüilidade se ele/ela parar de
fazer isto", "eu quero que ele/ela me faça feliz", "quando
ele/ela mudar, eu posso ser o que eu quero", etc.
Muitos
ainda têm os seus objetivos em mente e a "intelectualização" das
soluções. São verdadeiras enciclopédias ambulantes em matéria de teorias e de
informações, porém, fracassam em atingir os seus resultados desejados por
faltar-lhes algo muito importante chamado de AÇÃO.
Portanto,
meus amigos, mãos à obra!
CONDIÇÕES
DE BOA FORMULAÇÃO DE RESULTADOS DESEJADOS
As
condições de uma boa formulação de resultados desejados são:
Ser
expresso em termos positivos.
Iniciado
e controlado pela própria pessoa (você).
Evidências
sensoriais específicas.
Bem
contextualizado.
Que
seja ecológico para a pessoa.
Testável
na experiência da pessoa, isto é, dentro do poder da pessoa de realizá-lo.
Pegue
uma caneta ou lápis agora e procure responder a essas perguntas da melhor forma
que puder:
QUESTÕES
PARA ELICIAR O OBJETIVO DESEJADO
Dito em
termos positivos;
"O
que você quer, especificamente?"
Se você
ou alguém que você está ajudando neste exercício disser: "Não quero me
sentir mal", você pergunta: "Muito bem, como é que você gostaria de
se sentir?" e, se você ou outro responder "Eu vou saber quando não
tremer mais", diga "OK, isso é o que você não vai fazer, e o que você
VAI fazer?"
Que o
objetivo seja iniciado e controlado por você:
Se você
é do tipo que costuma dizer: "Consertem minha mulher/marido/filho!"
Saiba que isto não está bem formulado, já que o desejo é de mudar algo que está
fora do seu alcance. Você pode pegar este objetivo e transformá-lo em algo
iniciado, sob controle seu, acrescentando uma ou duas proposições:
"Então
o que eu quero é ter respostas diferentes por parte da minha mulher ou do meu
marido ou daquela pessoa".
Se isso
fizer sentido para você, já terá uma base para um objetivo bem estruturado:
trabalhar a mudança do SEU comportamento para conseguir respostas melhores por
parte daqueles que interessam a você.
Descrição
baseada em dados sensoriais:
"Como
você vai saber quando atingir este resultado desejado?"
Imagine,
vividamente, você, num futuro próximo, já realizando o seu objetivo. Faça uma
descrição COMPORTAMENTAL completa, vendo como você se comporta, sua postura,
sua voz, seus gestos, sua respiração, seu tônus muscular e as coisas que
estaria fazendo quando já tiver alcançado o seu objetivo.
Verifique
se o seu procedimento de evidência (qualquer informação exterior) está sendo
dado de forma efetiva. Um feedback apropriado sobre o momento em que atingiu a
mudança desejada. Exemplo: Se o objetivo é chegar a ser um professor eficiente,
e a sua evidência é de se sentir bem no final do dia, você precisará de algum
OUTRO tipo de evidência. Pois é ótimo se sentir bem no final do dia, mas isso não
se relaciona automaticamente com o fato de ser um bom professor. Se deseja ser
um profissional eficiente e se a evidência é a de que outros DIGAM que você é
bom (apenas verbalmente) você estará usando uma evidência que pode ser
enganadora.
-
"Mostre-me como você seria se tivesse confiança em si mesmo. O que os
outros iriam ver, ouvir ou sentir quando você conseguisse esse objetivo?"
Descrição
sensorial dos seus comportamentos, fazendo com que você se concentre na sua
auto-imagem como se estivesse sendo visto por outra pessoa.
-
"Quando você tiver alcançado o resultado desejado, o que você estará
fazendo e como estará se comportando?" É para você descrever
sensorialmente as experiências exteriores que você imagina que estará fazendo,
agindo, os seus movimentos, comportamentos, tensão muscular, quando tiver
realizado o seu objetivo.
-
"Quando você atingir o resultado desejado, que tipos de sensações você irá
sentir?"
Isto
faz com que você se concentre nas suas sensações interiores.
-
"Quando você atingir o resultado desejado, que tipos de pensamentos você
estará tendo com você mesmo?"
Isto
focaliza a sua atenção no seu Diálogo Interno.
Tamanho
apropriado do objetivo:
Observei
uma vez, na empresa onde sou sócio, que os operários perdiam, aparentemente,
muito tempo em várias caminhadas por dia até os depósitos de materiais para
retirar peças. Parecia mais lógico trazer as caixas mais perto das máquinas.
Isto foi feito, e pouco tempo depois os supervisores ficaram perplexos com o
resultado. A produção caiu bruscamente, apesar da economia em tempo e
movimento.
A
explicação era simples. Ver a grande quantidade de matéria-prima sugeria aos
funcionários o infindável trabalho que teriam que fazer. "Parece que nunca
se consegue terminar nada." Era a forma de alguns deles descreverem o seu
motivo para a demissão. Não há percepção de progresso porque não há um objetivo
definido e realizável que a pessoa possa usar como ponto de referência para
assinalar o terreno que já se caminhou entre o Estado Atual e o Estado
Desejado.
Hoje, a
maioria dos psicólogos industriais aconselha a gerência a fazer todo o possível
para quebrar em unidades visíveis e atingíveis o fluxo de trabalho. Então, à
medida que as peças ficam prontas, vão para caixas ou bandejas de 10, de 100 ou
de 200 unidades, o número que for mais conveniente. Resulta daí a sensação
contínua de "missão cumprida" e disposição renovada para outro
esforço em direção a novo objetivo específico.
O mesmo
acontece conosco. Se o objetivo é inespecífico, grande ou global, pergunte a si
mesmo sobre uma parte específica do que deseja, em pequenos sub-objetivos
visíveis e realizáveis. Certifique-se de que as informações aqui criadas sejam
informações sensorialmente descritas e não julgamentos:
-
"Com quem eu quero experimentar este resultado?"
-
"Onde, especificamente, eu quero experimentar este resultado em primeiro
lugar?"
-
"Quando eu quero experimentar este resultado?"
-
"Em que situação específica eu não quero este resultado?"
Ecologia:
-
"De que maneira este resultado afetará a sua vida?"
-
"De que forma este objetivo poderia trazer problemas para você?"
-
"De que maneira este objetivo poderá afetar as pessoas importantes de sua
vida?"
- "Você
poderia machucar alguém ao atingir o que você está pedindo?"
Limitações:
-
"O que impede você de atingir o objetivo desejado?"
Faça
uma lista de obstáculos que está impedindo você de realizar o seu objetivo.
Separe os obstáculos dependentes de terceiros e pegue cada um dos obstáculos
pessoais (crenças ou auto-conceitos limitantes) e trabalhe cada um deles com a
Técnica do Aprendizado Dinâmico.
Recursos
disponíveis:
-
"Que capacidades ou habilidades você já tem para atingir o resultado
desejado?"
Pegue
cada recurso que puder se lembrar e utilize a seqüência de Ancoragem para
resgatar as sensações desses recursos desejados.
Alternativas:
-
"Como você vai chegar até lá?" (Descreva quatro ou cinco passos
importantes que você vai fazer para alcançar o seu resultado desejado. Responda
da melhor forma que puder, e se não souber, FAÇA DE CONTA que sabe e descreva.)
-
"Você tem mais de uma maneira de atingir o objetivo?"
-
"De que outra maneira você pode atingir o seu objetivo?" Quanto mais
alternativas melhor.
-
"Os quatro ou cinco passos estão bem especificados e são possíveis de
serem atingidos?" Segmentar processos torna mais fácil atingi-los.
CRIE
SEU DIA IDEAL:
Releia
agora as respostas anotadas por você e imagine agora um dia ideal para você,
quando este objetivo já estiver alcançado e as coisas estejam acontecendo
dentro das suas expectativas. Veja-se a si mesmo, dentro dessa experiência
imaginária, observando os seus comportamentos, a sua forma de falar, suas
atitudes, e as suas sensações à medida que as cenas imaginárias vão se
desenrolando na sua mente, cenas de cores vívidas, nítidas, brilhantes. Observe
também quais diferenças existem em relação ao como você é hoje. Não pare até
que consiga uma experiência imaginária desse seu dia ideal de manhã até a hora
de ir para cama, com todos os melhores acontecimentos possíveis desse seu
objetivo, como se você já o tivesse realizado. Faça de uma forma que realmente
o motive para isso.
Ajudar
a si próprio e aos que estão ao seu redor, os seus próximos mais próximos, a
identificar objetivos positivos contribui para criar estados emocionais mais
eficazes para realizar estes objetivos. Ajudar o seu parceiro ou sua parceira
ou filhos ou amigos a construir objetivos através desses passos estratégicos, é
um presente inestimável que você proporciona a eles em termos de sucessos
futuros.
"A
imaginação é de longe muito mais importante que o conhecimento."
Albert Einstein
MEIOS E
FINS
Somente
quando mantidos na mente os objetivos finais, podem os meios serem adequados.
Um carpinteiro não pode escolher as ferramentas que necessita antes de saber o
que deseja construir. Muitas pessoas seguem tropeçando num frenesi de
atividades improdutivas porque não são capazes de diferenciar os meios dos
fins.
A
seguir descrevo um caso em que fui testemunha numa firma onde participei de uma
transação comercial. A diretoria acabara de decidir a compra de um galpão
industrial, mas tinha já adquirido um terreno anteriormente com a intenção de
nele se construir um prédio. Portanto agora queria vender este terreno se
aparecesse um comprador.
"Quem
possui a escritura desse terreno?" perguntou um dos membros da diretoria,
um professor universitário notável. Em resposta a sua pergunta, tornou-se claro
que haviam perdido a escritura.
"Não
se preocupem com isso," disse outro membro da diretoria, que era advogado,
"podemos conseguir uma cópia no cartório por mil cruzeiros."
Muito
bem," disse o professor, "proponho que arranjemos um cofre no banco
para guardar nossos documentos." Sua moção foi aprovada por unaminidade.
"Proponho, a seguir, que o nosso advogado seja autorizado a gastar os mil
cruzeiros para conseguir uma cópia da escritura do terreno e que esta seja
colocada no cofre do banco."
"Isto
não é necessário", disse o advogado. "Quando tivermos um comprador
podemos arranjar uma cópia da escritura. Para que nos incomodarmos agora?"
Se não
tivermos uma cópia da escritura, o que colocaremos no cofre do banco",
disse o professor com lógica triunfante.
"Proponho",
disse o advogado, "que coloquemos os mil cruzeiros no banco.
Uma
confusão como essa, onde os meios se tornam os fins, às vezes pode parecer sem
importância. Porém, o que se tem observado é que a mesma coisa acontece em
escala muito maior, entre nações, por exemplo.
Os
tolos sempre ficam perdidos entre meios e fins. Um policial irlandês conta a
história de um viajante que foi abordado na estrada por um desconhecido que lhe
disse: "A bolsa ou a vida!" O viajante respondeu: "Fique com a
minha vida. Preciso do dinheiro para quando for velho."
Do
livro: Magia da Mente em Ação Livro Esgotado
Dr. Tom
Chung
Double
Tree Editora
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